POLÍTICA: Dilma adota tolerância zero para combater corrupção
A presidente Dilma Rousseff teve poucos momentos de descanso desde que chegou ao Palácio do Planalto. Logo nos primeiros seis meses de governo, ela teve de enfrentar pelo menos duas grandes crises, que resultaram na queda de dois de seus principais ministros: Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil, e Alfredo Nascimento, que perdeu o comando dos Transportes.

Em ambas as situações, a presidente não hesitou em “cortar na própria carne”. Agindo com rapidez, chamou os auxiliares sobre os quais pairavam suspeitas e cobrou explicações. No caso mais recente, de supostos desvios na gestão do Ministério dos Transportes, ordenou o afastamento de funcionários da pasta e pediu investigações assim que tomou conhecimento das denúncias.
Para especialistas ouvidos pelo R7, ao confirmar a fama de pulso firme, atribuída a ela desde os tempos em que chefiava a Casa Civil e liderava os ministros de Lula, Dilma começa a consolidar, agora sentada na cadeira de presidente, um estilo próprio de governar, em que a intolerância à corrupção e à falta de ética parece ser um de seus traços principais.
Na opinião de Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da USP (Universidade de São Paulo), consolidar sua identidade será essencial para que a presidente mostre que tem nas mãos um governo com marca própria.
- O que está em jogo é: ela vai ter uma personalidade própria ou não? Ela tem mesmo que descartar rapidamente as pessoas que estiverem ruins. Ou ela consegue fazer uma consolidação significativa, no sentido de se mostrar como um nome poderoso, capaz de encontrar os caminhos dela, ou então vai ficar muito apagada.
FONTE: R7.com