BAHIA: Cresce número de agressões contra homossexuais
Este ano 11 homossexuais já foram mortos no estado. Há quatro anos, a Bahia ocupa o primeiro lugar no país em assassinatos de gays e lésbicas.
O Brasil é o país com o maior número de crimes contra gays no mundo. São 200 mortes todo ano. Uma pesquisa identificou o estado com mais casos registrados: a Bahia. Depois vêm Alagoas e São Paulo.
O estudante de psicologia Isaac Matos, de 24 anos, foi encontrado morto esta semana no apartamento onde morava com o namorado, na orla de Salvador. Isaac foi assassinado a facadas. Não havia sinais de arrombamento, mas dois computadores e uma mochila com dinheiro sumiram. Em maio, o professor Elísio dos Santos, de 46 anos, foi morto dentro de casa na região do subúrbio ferroviário, uma das mais violentas da capital baiana.

O número de homicídios de homossexuais na Bahia pulou de 18 em 2007 para 29 no ano passado. Neste mesmo período no Brasil, os assassinatos aumentaram de 142 para 260. O levantamento é do Grupo Gay da Bahia, uma organização não governamental que há 30 anos defende os direitos dos homossexuais.
“A Bahia é um estado tão alegre e tão receptivo para as diferenças de cor e raça, mas ao mesmo tempo tão intolerante. A violência generalizada no Brasil e no estado não se justificam, e também a impunidade”, afirma Luiz Mott, representante do grupo gay da Bahia.
O antropólogo Osvaldo Fernandez pesquisa crimes contra homossexuais. Para ele, os assassinos agem movidos principalmente pelo preconceito. “Homofobia, como uma patologia coletiva e preconceito social, permite conceber que, mesmo um furto ou latrocínio, sejam movidos por valores de ódio, discriminação e estigmatização da vítima”, opina o antropólogo.